Comportamento sedentário e declínio cognitivo em idosos comunitários

Autores

  • Priscila Resende Horacio Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Ciências da Saúde, Curso de Fisioterapia, Araranguá, Santa Catarina, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-5808-1881
  • Núbia Carelli Pereira de Avelar Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Ciências da Saúde, Curso de Fisioterapia, Araranguá, Santa Catarina, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-4212-4039
  • Ana Lúcia Danielewicz Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Ciências da Saúde, Curso de Fisioterapia, Araranguá, Santa Catarina, Brasil. 2 Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, https://orcid.org/0000-0003-1563-0470

DOI:

https://doi.org/10.12820/rbafs.26e0190

Palavras-chave:

Função cognitiva, Envelhecimento, Comportamento sedentário

Resumo

O comportamento sedentário está associado a doenças cardiovasculares, baixa qualidade de vida e maior risco de mortalidade. Evidências sugerem que o comportamento sedentário pode contribuir para o declínio cognitivo, contudo a magnitude e a direção dessa associação não estão completamente esclarecidas. O objetivo foi avaliar a associação entre o comportamento sedentário e o declínio cognitivo em idosos comunitários. Estudo transversal com amostra probabilística e de base domiciliar, com idosos cadastrados na Atenção Básica de Balneário Arroio do Silva, Santa Catarina. O comportamento sedentário foi avaliado pela questão “tempo gasto sentado” do International Physical Activity Questionnaire, categorizado em: 0 a 3 horas; 4 a 7 horas; 8 a 10 horas; e 11 ou mais horas por dia. O declínio cognitivo foi avaliado pelo Mini Exame do Estado Mental, considerando os pontos de cortes recomendados por Brucki et al.14. Foram realizados modelos de Regressão Logística Multivariada brutos e ajustados, apresentando-se os valores de odds ratio (OR) e IC95%. Foram analisados 308 idosos, sendo 57,8% mulheres e com média de idade 60,8 anos (DP = 7,06 anos). A prevalência de declínio cognitivo foi 57,7%, com predomínio em mulheres, menor faixa etária e piores comportamentos de saúde. O modelo final da regressão mostrou que os idosos que permaneciam 11 ou mais horas sentados por dia tiveram cinco vezes mais chances de terem declínio cognitivo (OR = 5,03; IC95%:1,07; 23,61) quando comparados aos que permaneciam por até 3 horas por dia nesse comportamento. Concluiu-se que houve associação positiva entre maior comportamento sedentário e declínio cognitivo nos idosos avaliados.

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Publicado

2021-04-30

Como Citar

1.
Horacio PR, Avelar NCP de, Danielewicz AL. Comportamento sedentário e declínio cognitivo em idosos comunitários. Rev. Bras. Ativ. Fís. Saúde [Internet]. 30º de abril de 2021 [citado 28º de março de 2024];26:1-8. Disponível em: https://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/14468

Edição

Seção

Artigos Originais